COMO ENXERGAMOS?

 


A retina é a camada neurológica que recobre o fundo do olho por dentro. E sua função é ser sensível à luz. As células mais importantes da retina são os fotorreceptores, divididos em cones (responsáveis pela visão de cores) e os bastonetes (responsáveis pela percepção de luz - claro e escuro).

A luz quando entra no olho penetra pelo filme lacrimal, córnea, humor aquoso, cristalino, humor vítreo e ultrapassa quase todas as camadas da retina antes de ser percebida na camada de cones e bastonetes que se encontra “protegida” por células escuras do epitélio pigmentar.




A região central da retina é chamada de fóvea e apesar de ocupar apenas 1mm,2 é a área responsável pela nossa visão de detalhes. Nesta região os cones são mais alongados e agrupados, nesta região também a retina é mais fina e avascular  (sem vasos sanguíneos) e a luz a ultrapassa mais livremente para estimular esses fotorreceptores.

Independente da posição dos fotorreceptores na   eles são configurados assim:

A célula neurológica apresenta-se com um núcleo e uma sinapse em uma das extremidades, associadas a um segmento onde todas as funções celulares normais ocorrem e um segmento (em forma de cone ou de bastão) onde uma membrana está presente em dobras cheias de pigmento (rodopsina e suas variações). Este pigmento é produzido a partir da vitamina A que é entregue aos cones e bastonetes pela camada pigmentar da retina (Camada mais externa cheia de melanina que impede que a luz reflita dentro do olho, causando difusão da luz e piora visual).


Mas como a luz se transforma “em visão”?



Dentro dos cones e bastonetes temos um pigmento, derivado do retinol (vitamina A) e que se degrada com a luz. Ou seja, a rodopsina ao ser atingida pela onda luminosa se transforma (em uma reação química que leva um trilionésimo de segundo) em outros componentes e ativa uma cadeia bioquímica que gera um impulso elétrico que percorre a célula desse bastonete e se transmite para as outras células neurológicas em direção ao cérebro. Onde cada estímulo é reconstituído em uma imagem virtual.

Não existe um único lugar no cérebro responsável pela visão. Existem lugares responsáveis pela percepção destes estímulos que chegam dos cones e bastonetes, outros lugares reconhecem feições, palavras escritas, formas geométricas e cada um desses lugares acaba formando partes da nossa visão. O filme que “assistimos” em nossa mente é apenas uma construção mental, cada humano percebe a visão de uma maneira peculiar e única.

Este estímulo inicial que chega à parte do cérebro que chamamos de córtex visual primário. Uma camada de neurônios interligados que processa as informações recebidas. A maior parte desse córtex visual é dedicado a visão central (cerca de 5 a 10 graus centrais) e a visão periférica corresponde ao resto da visão (180 graus com ambos os olhos abertos). Existe uma correlação tipo liga-desliga entre a visão central e periférica. Quando estamos relaxados e observando (por exemplo, uma paisagem) não temos a visão nítida em detalhes da visão central, quando prestamos atenção em um ponto específico a visão periférica é “desligada”. Aqui está o segredo de boa parte dos truques de mágica, onde o mágico distrai nossa atenção para um ponto fixo escondendo o que está acontecendo de nossa visão periférica. Mais importante - aqui está o perigo do uso do celular em trânsito, quando desviamos os olhos para focalizar uma tela pequena o nosso campo receptivo da periferia é desligado por alguns segundos.

Eduardo H Strobel von Linsingen

Curitiba 16/02/23


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CIRURGIA PARA TROCAR A COR DO OLHO

MOSCAS VOLANTES

DEGENERAÇÃO MACULAR