CIRURGIA PARA TROCAR A COR DO OLHO

Hoje recebi em todas as mídias sociais um vídeo de uma menina após a realização de uma cirurgia de troca da cor dos olhos. Essa cirurgia, associada a riscos significativos, é realizada através de um laser, semelhante ao utilizado para remover tatuagens ou pelo implante de uma "película" colorida dentro da câmara anterior do olho.


Essa técnica, que envolve a destruição do pigmento da íris, é conhecida por ser realizada "off label", ou seja, fora das indicações aprovadas pelas autoridades regulatórias. Até o momento, essa abordagem é proibida na América do Norte, Europa e Brasil, devido à falta de estudos conclusivos sobre sua segurança e eficácia. Geralmente estas cirurgias são realizadas em países menos regulamentados como o Panamá ou ilegalmente.



Entre os riscos associados a essa intervenção, destaca-se o potencial para cegueira. Isso pode ocorrer devido ao entupimento do canal de Schlemm/trabeculado, essencial para a drenagem adequada do humor aquoso, o fluido que preenche a câmara anterior do olho. O bloqueio desse sistema pode levar ao aumento da pressão intraocular, resultando no desenvolvimento de glaucoma pigmentar, uma condição séria que pode comprometer a visão de forma irreversível.



Outro ponto crítico é a possibilidade de alteração do endotélio, a camada interna da córnea. Qualquer dano a essa estrutura vital pode levar a complicações graves, afetando a transparência da córnea e resultando em distorções visuais.


Por fim, é crucial destacar que, além dos riscos médicos, a busca por cirurgias estéticas como essa deve ser ponderada em relação à vaidade. Embora a mudança na cor dos olhos possa parecer atraente, os riscos cirúrgicos associados a essa prática não podem ser ignorados. A busca pela beleza não deve comprometer a saúde e a integridade dos olhos, órgãos vitais para nossa qualidade de vida.


Curitiba 03/01/24 

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