Quero começar a falar aqui sobre um assunto que sempre me fascinou, linguagem.

Linguagem é a capacidade de comunicar ideias, sensações ou emoções. De uma maneira geral, podemos dizer que um aperto de mão, um abraço ou um tapa são formas básicas de comunicação. A matemática é uma linguagem própria, assim como a música, mas aqui iremos nos ater à comunicação por palavras. Teremos tempo para aprofundarmos esses assuntos em postagens futuras do blog. Como, durante algum momento na idade da pedra, gestos e gritos se tornaram palavras e como as primeiras noções abstratas foram nomeadas? É difícil definir quais foram as primeiras palavras, mas provavelmente elas notificavam coisas do dia a dia, como perigo, ou onomatopeias baseadas nos sons realizados pelos animais. A linguagem gestual é de grande auxílio em caçadas, por exemplo, mas linguagem por som se tornou cada vez mais comum porque é mais eficiente durante as rotinas diárias. E essa linguagem se tornou algo cada vez mais intrincado, começando a abranger, além de situações e objetos físicos, imagens mais complexas e ideias mais abstratas. Sabemos que boa parte dos nossos anos de formação quando criança servem para moldar nossa capacidade de comunicação, que esta é um dos indicadores de inteligência e que um considerável volume do nosso cérebro é voltado para compreender e elaborar a comunicação.

Mas quando é que nossos ancestrais aprenderam a se comunicar? Embora tenhamos tendência a pensar que a comunicação é algo que surgiu lentamente, é muito provável que tenha havido uma ou várias explosões de cognição e de comunicação em algum momento da nossa história. Para isso, nosso cérebro precisaria se modificar e algumas outras mutações teriam que melhorar nossa capacidade de fonação. Sabemos que as áreas do cérebro necessárias para a criação artística (como as pinturas em cavernas) estão relacionadas à linguagem; então provavelmente em algum momento, enquanto os Homo sapiens surgiam, as espécies de hominídeos da época estavam tendo uma evolução de linguagem.

Sabemos também que enterros intencionais de espécies de hominídeos anteriores ao Homo sapiens demonstram capacidade de raciocínio lógico e idealização complexa. Como esses enterros eram realizados de maneira semelhante em vários locais e datas diferentes, isso é uma prova de que já existia uma maneira de comunicação complexa que podia ser transmitida pessoalmente.

Da mesma maneira que a arte, a linguagem humana foi evoluindo e se tornando mais complexa gradualmente, e esse conhecimento da história da linguagem é também a história da ciência, somos o que somos porque podemos transmitir o que aprendemos.